O Superior Tribunal de Justiça (STJ) sediou, na manhã desta quarta-feira (12), o seminário O papel do amicus curiae em perspectiva comparada: Brasil, Estados Unidos e Japão. O evento reuniu especialistas brasileiros e japoneses para discutir o instituto do amicus curiae, sua amplitude e os desafios de sua implementação no processo judicial dos três países.
Participaram da abertura o presidente do STJ, ministro Herman Benjamin; o ministro Ricardo Villas Bôas Cueva; o professor Toshitaka Kudo, da Universidade de Keio, no Japão; o juiz auxiliar do Supremo Tribunal Federal (STF) Marcus Onodera; o professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) Osmar Paixão Côrtes; e o advogado Augusto Coelho.
Por videoconferência, do Japão, também participaram a professora Michiyo Maeda, da Universidade de Keio, e os professores da Universidade de Kobe Takuya Hatta e Yuji Yasunaga.
Segundo Herman Benjamin, a figura do amicus curiae é historicamente nova e, por essa razão, tem sofrido distorções em sua utilização no processo. Ele lembrou que “o amicus curiae não é amigo da parte, mas sim da corte”, e que esse tipo de intervenção não pode desequilibrar a relação processual e o direito ao contraditório.
O ministro Villas Bôas Cueva apontou que a participação do amicus curiae é fundamental para qualificar as decisões judiciais, e que o instituto ganhou as suas feições atuais a partir da Constituição Federal de 1988. Ainda de acordo com o magistrado, os tribunais superiores brasileiros têm buscado a definição de critérios objetivos para que o instituto não prejudique a paridade entre as partes.
No Japão, Ministério da Justiça atua como amicus curiae em algumas ações
O professor Toshitaka Kudo comentou que, nos Estados Unidos, o instituto do amicus curiae tem sido utilizado, em especial, em casos analisados pela Suprema Corte e pelos tribunais de apelação.
Já em relação ao Japão, Kudo apontou que o instituto é aplicado com mais reserva em comparação com os outros países, mas pode ser verificado em alguns casos nos quais o Ministério da Justiça é chamado a intervir no processo. O professor também trouxe exemplos de amicus curiae em ações sobre patentes no seu país.
Fonte: STJ (https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/2025/12032025-Especialistas-discutem-importancia-e-perspectivas-do-amicus-curiae-no-Brasil–nos-EUA-e-no-Japao.aspx )
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