Apuração exclusiva desta coluna mostra que menos de mil segurados conseguiram receber R$ 7.087,22 em janeiro
Valor médio do benefício pago pelo INSS é de R$ 1.547,54
CAIO ROCHA/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO-25/01/2022
Levantamento feito com exclusividade pela coluna “O que é que eu faço, Sophia” junto ao INSS constatou que, dos mais de 36 milhões de benefícios pagos a segurados do INSS em janeiro de 2022, apenas 778 correspondiam ao teto pago pela Previdência Social, que hoje é de R$ 7.087,22. O valor corresponde a 0,002% do total de 36.423.793 benefícios pagos.
Por outro lado, 23,5 milhões de segurados, ou 64,4%, recebem o salário mínimo, que está em R$ 1.212. O valor médio do benefício pago é de R$ 1.547,54, informou o instituto. Todos os dados são de janeiro de 2022.
A assessoria de imprensa do INSS lembra que esse valor muda mensalmente e que isso ocorre por conta de mortes e também do fim de pagamento de benefícios, como auxílios.
Benefícios pagos pelo INSS em janeiro de 2022
Para o especialista em cálculos previdenciários da ABLCalc, Giovanni Magalhães, o número é “chocante”. E o que é pior é que a reforma deve diminuir ainda mais o número de segurados que conseguem receber o valor máximo pago pelo INSS.
A chance de conseguir se aposentar pelo teto deve ser ainda menor porque a Reforma da Previdência mudou o cálculo para obter o benefício, explica o especialista.
Antes da reforma, o cálculo do benefício era feito sobre a média de 80% das maiores contribuições desde julho de 1994, desprezadas nos 20% as menores contribuições. Sobre o resultado, aplicava-se o fator previdenciário.
Após a mudança com a reforma da aposentadoria, a partir de novembro de 2019, o cálculo é feito sobre a média de todos os salários desde julho de 1994. O valor da aposentadoria será 60% dessa média mais 2% para cada ano de contribuição que supere 15 anos no caso da mulher e 20 anos no caso do homem.
“Nesse sentido, a mulher atingiria a integralidade do benefício com 35 anos de contribuição, enquanto o homem apenas com 40 anos de contribuição. Importante lembrar que a reforma permite exceder o coeficiente de 100% para cada ano que ultrapassar 35 no caso da mulher e 40 no caso do homem”, explica Magalhães.
Para o advogado especializado em direito previdenciário João Badari, do Aith, Badari e Luchin Advogados, sem dúvida a chance de conseguir o teto do INSS é muito pequena, mas o valor do benefício poderia ser melhorado com alguns cuidados.
“Muitas vezes o segurado simplesmente vê que atingiu o tempo de contribuição ou a idade mínima e pede o benefício do INSS. Mas, por falta de planejamento adequado, ele pode ter esse valor ainda mais achatado. ”
Isso pode acontecer por ter deixado de levar uma documentação que corrigiria os dados que estão no INSS, ou que aumentaria o tempo de contribuição, exemplifica Badari.
Fonte: R7
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